Neuropsicologia pediátrica
Atrasos ou perturbações no desenvolvimento devem ser avaliados, de forma a ponderar a necessidade de um programa de estimulação cognitiva que potencie as competências ou ajude a travar as fragilidades. Do mesmo modo, as dificuldades de aprendizagem devem ser devidamente escrutinadas para que possa delinear-se um plano de intervenção terapêutico e escolar. Doenças como a epilepsia ou os tumores, são outros exemplos que podem comportar alterações cognitivas ou do comportamento e que justificam a avaliação e que podem necessitar de intervenção. Alguns dos motivos em que mais frequentemente se recomenda a avaliação e intervenção com crianças e adolescentes:
Hidrocefalia;
Meningite;
Paralisia cerebral;
Epilepsia;
Tumor cerebral;
Alterações genéticas, endócrinas ou metabólicas;
Síndrome de Down;
Traumatismo craniano;
Exposição a substâncias tóxicas (chumbo, mercúrio, radioterapia e quimioterapia, alcoolismo e/ou consumo de substâncias na gravidez);
Atraso de desenvolvimento;
Défice cognitivo;
Dificuldades de aprendizagem (atenção, memória, raciocínio, leitura, escrita, cálculo); Hiperatividade e défice de atenção.
Neuropsicologia do adulto
Para além de condições médicas específicas, outras situações com impacto direto no funcionamento cerebral e nas funções cognitivas e/ou no comportamento devem ser alvo de avaliação e reabilitação. Traumatismos cranianos, acidentes vasculares cerebrais, psicopatologia (depressão, esquizofrenia) são situações que tendem a causar alterações ou défices nas funções (atenção, memória, raciocínio, lentificação) que requerem reabilitação. A esclerose múltipla e outras doenças degenerativas merecem igualmente uma estimulação/reabilitação.
Algumas das situações que mais frequentemente merecem a atenção da neuropsicologia:
AVCs;
Traumatismo craniano;
Stresse/depressão/ansiedade (com consequências ao nível da atenção e da memória, por exemplo);
Esquizofrenia;
Alterações súbitas do humor e do comportamento;
Lapsos de memória;
Dificuldade em executar tarefas do dia a dia;
Alcoolismo/toxicodependência (existência de alterações cognitivas a médio, longo-prazo);
Exposição a substâncias tóxicas, nomeadamente radioterapia e quimioterapia;
Esclerose múltipla;
Doenças degenerativas.
Neuropsicologia geriátrica
O processo de envelhecimento (senescência) é marcado por um declínio das funções, mesmo quando o percurso é saudável. A avaliação e intervenção atempadas podem ajudar a travar a diminuição das competências e a prevenir a demência. Por outro lado, as consequências da doença de Alzheimer ou de outros processos degenerativos podem ser travados por esta intervenção.
Algumas das situações que mais frequentemente justificam a avaliação e reabilitação com pacientes seniores:
Envelhecimento saudável (para travar o declínio cognitivo); Doença de Alzheimer e outras doenças degenerativas; AVCs; Demência; Depressão.
Como funciona?
O processo tem início com uma entrevista detalhada para recolha de informação. São analisados exames e relatórios existentes e relacionados com a queixa. Procede-se depois à avaliação com recurso a uma bateria de testes que permitem averiguar as funções intelectuais e correlacioná-las com o funcionamento atual. Após a avaliação, é ponderada a necessidade de planear e implementar um programa de estimulação/reabilitação, que consiste no treino de áreas específicas (atenção, perceção, memória, funções executivas, raciocínio lógico…). Este treino é realizado através de atividades estruturadas e delineadas de forma individualizada, de acordo com as necessidades verificadas. São tarefas de papel e lápis ou computadorizadas, para além de outro tipo de atividades. Muitas vezes estas tarefas devem continuar diariamente, em casa. No caso das crianças e dos adolescentes, é essencial uma estreita articulação com a escola.
Em todos os casos, o envolvimento da família e de restantes profissionais (médicos, fisioterapeutas, psicomotricistas, terapeutas da fala, professores/educadores) é essencial.
Qual a duração da avaliação/intervenção?
A avaliação neuropsicológica dura habitualmente 4 a 5 sessões, incluindo a entrevista inicial. Em determinadas situações, poderá ser necessário uma averiguação mais específica de determinada função, o que pode alargar a duração prevista.
A estimulação/reabilitação psicológica realiza-se em sessões de 45 minutos, uma ou duas vezes por semana, dependendo das situações, durante um período mínimo de 6 meses (1 ano, no caso das crianças), depois do qual se realiza nova avaliação para monitorização do quadro e ponderação da necessidade de continuidade da intervenção.