
As pessoas que sofrem de dependência caracterológica definem-se sobretudo em relação aos outros e procuram segurança e satisfação predominantemente em contextos interpessoais - "Sou a esposa do Luís, e estou bem quando as coisas estão bem com ele.". Os sintomas psicológicos podem surgir quando algo falha numa relação primária.
A procura de tratamento tende a surgir no meio da vida ou mais tarde, após a morte do(a) companheiro(a) ou divórcio.
Apesar de aparentemente as mulheres serem mais propensas à dependência patológica, tal pode dever-se simplesmente a uma maior facilidade por parte das mulheres para reconhecer a dependência.
Alguns estudos situam as origens desta patologia em cuidados parentais de sobreproteção ou autoritaristas, um processo de socialização ligado ao desempenho de papéis de género pré-determinados e/ou a atitudes culturais relacionadas com a orientação para o sucesso versus a orientação para as relações.
São pessoas que se sentem ineficazes quando estão por conta própria e tendem a considerar os outros poderosos e eficazes.
Tipicamente a vida das pessoas com uma perturbação dependente de personalidade é organizada com vista à manutenção de relações de cuidados e de apoio (emocional, financeiro, parental, académico, profissional, identitário, etc.) nas quais elas são submissas. Quando conseguem desenvolver este tipo de relações tendem a sentir-se satisfeitas, ao passo que quando não o conseguem vivem um transtorno agudo.
As preocupações emocionais destas pessoas envolvem frequentemente ansiedade de desempenho e medo de serem criticadas e abandonadas.
Preocupação/tensão central: Manter/perder a relação.
Afetos centrais: Prazer quando vinculado(a) de forma segura; tristeza e medo quando sozinho(a).
Crença patogénica característica sobre si próprio(a): Sou inadequado(a), preciso de ajuda alheia, sou impotente.
Crença patogénica sobre os outros: Os outros são poderosos e preciso do cuidado deles.