Psicoterapia cognitiva-integrativa

O sujeito mediante uma situação, ou um estímulo cognitivo interno ou externo, irá processar essa informação de acordo com o seu sistema de crenças e produzir uma série de pensamentos automáticos que irão gerar estados emocionais.

O que é a terapia cognitiva?

 

A terapia cognitiva baseia-se na existência de estruturas cognitivas aprendidas ao longo do crescimento do indivíduo. O sujeito mediante uma situação, ou um estímulo cognitivo interno ou externo, irá processar essa informação de acordo com o seu sistema de crenças e produzir uma série de pensamentos automáticos que irão gerar estados emocionais.

Considera-se que os pensamentos automáticos são uma linha de pensamentos que permite efetuar uma série de atividades quotidianas de uma forma fluida, como por exemplo conduzir. Perante determinados estímulos, o indivíduo gera pensamentos automáticos que podem facilitar, ou não, a execução da tarefa. Estes pensamentos nem sempre ocorrem a um nível totalmente consciente, pelo que no início do trabalho de psicoterapia são difíceis de identificar.

Habitualmente os indivíduos vêm as emoções e as suas reações como algo linear, com uma relação causa efeito. No entanto, as crenças aprendidas têm um papel importante no processamento da situação/estímulo cognitivo determinando assim o resultado final de uma situação/estímulo. Ou seja, "os indivíduos não são afetados diretamente pelos acontecimentos, mas sim pela sua visão particular desses acontecimentos" Epitéctus.

Dentro do conceito de crenças, o modelo de intervenção cognitiva faz uma distinção entre as crenças acerca do mundo e da sociedade, (crenças intermédias) e as crenças acerca da própria pessoa (crenças centrais). Estas crenças são ideias/"regras" aprendidas acerca do mundo, da sociedade, de como devem ser as relações e de como a pessoa acha que é, e de como se deve comportar em determinadas circunstâncias.

Partindo destas bases, a terapia funciona ao testar, corrigir e modificar, primeiro os pensamentos automáticos, e seguidamente as crenças que originaram estes pensamentos.

A terapia cognitiva é portanto uma modalidade de terapia que envolve um conjunto de explicações sobre a origem e a manutenção das perturbações psíquicas e de técnicas para as modificar. Parte do pressuposto de que pensamentos e crenças não adaptativos podem influenciar as emoções e os  comportamentos, sendo responsáveis pelo aparecimento de sintomas. A identificação das crenças não adaptativas e a sua correção por meio do raciocínio lógico e de técnicas cognitivas apropriadas, podem eliminar os sintomas.

 

Porquê a terapia cognitiva integrativa?

Porque apesar da base teórica dos nossos técnicos ser cognitiva todos acrescentaram ao seu currículo conhecimentos de outras abordagens terapêuticas para além da comportamental, o que faz com que a abordagem cognitiva se torne mais rica, e que assim possa mais facilmente ir de encontro às necessidades dos pacientes.

Quais os seus resultados?

 

Segundo vários estudos conduzidos por universidades e institutos de investigação, nomeadamente o National Institute of Mental Health (NIMH) dos EUA, a psicoterapia cognitiva mostrou eficácia em várias perturbações psicológicas, tais como depressão, perturbações de ansiedade generalizada e fobias simples. Os resultados referentes aos estudos sobre a depressão revelam que a taxa de recaída dos sintomas depressivos é menor na terapia cognitiva (cerca de 30%), do que nos tratamentos farmacológicos (cerca de 60%) (cit. estudo da Universidade do Minho). Estudos sobre o tratamento da ansiedade, indicam eficácia das terapias cognitivas isoladas, e das terapias cognitivas-comportamentais através de processos de treino de exposição, treino de relaxamento muscular, treino de habilidades sociais e treino de foco de atenção na tarefa.

 

Indicações para terapia cognitiva.

 

Alguns dos problemas mais frequentes com indicação para tratamento pela terapia cognitivo-comportamental são:

Perturbação generalizada de ansiedade;
TOC - Transtorno obsessivo-compulsivo;
Ataques de pânico;
Fobias específicas;
Fobia social;
Receio de apresentações em público;
Comportamentos aditivos;
Depressão;
Perturbações da auto-estima;
Perturbação de stresse pós-traumático.

 

A importância das tarefas entre sessões.

 

Uma das características que distingue a terapia cognitiva de outras terapias, é o pressuposto de que, em determinada altura do processo de psicoterapia, existem tarefas que devem ser cumpridas entre sessões. Estas tarefas são estruturadas de modo a colocar desafios ao paciente para que ele possa ganhar auto-confiança, possa compreender e identificar melhor os pensamentos automáticos e que possa colocar em prática as estratégias de regulação que foram trabalhadas em sessão.